História de Toshiko Takaezu

Dando continuidade às histórias do mês dentro do tema Grandes Ceramistas, vamos conhecer a história de Toshiko Takaezu.

Ela produzia formas cerâmicas arredondadas e fechadas que rompiam com a tradição da argila como meio para objetos funcionais.

Vem comigo conhecer essa história!

 

Primeiros Anos

Toshiko Takaezu nasceu no Havaí, filha de imigrantes japoneses. Sem muitas condições, quando criança, ajudou seu pai e tio a cultivar agrião e criar abelhas. Ela só aprendeu a falar inglês na primeira série. 

Aos nove anos, sua família se mudou para Maui, onde sua escola primária incentivava os alunos a ler, recitar poesia e desenhar. Foi lá que teve seu primeiro contato com as artes.

 

O interesse pela arte

Mais tarde, ela trabalhou no Hawaii Potter's Guild. Lá, ela não apenas desenvolveu habilidades técnicas, mas também conheceu o tenente Carl Massa. Ele deu-lhe aulas de escultura e a inspirou a ler sobre Arte, participar de eventos culturais e se abrir para uma vida criativa.

Algum tempo depois, ela decide ir para o Continente aprimorar seus estudos em Arte, na Cranbrook Academy of Art em Bloomfield Hills, Michigan.

 

Influências

Em Michigan, conhece Maija Grotell, uma aclamada artista finlandesa com quem passa a ter aulas e depois de quem se torna assistente.

Grotell incutiu nela a importância da individualidade, da autodescoberta e auto expressão do artista, princípios que Takaezu levou ao longo de todo o trabalho de sua vida.

Foi nessa época que Takaezu abraçou a noção de peças de cerâmica como obras de arte destinadas a serem vistas em vez de usadas.

 

Viagem ao Japão

Com a intenção de se conectar com sua herança oriental, em 1955, a artista viaja pelo Japão por oito meses. 

Esta provou ser outra experiência formativa para seu desenvolvimento artístico, pois ela ficou impressionada com as técnicas e estéticas cerâmicas tradicionais e de vanguarda, conhecendo os artistas eminentes como Toyo Kaneshige e Yagi Kazuo, entre outros. 

Enquanto estava lá, Takaezu também estudou a cerimônia do chá e o budismo zen.

 

Assinatura

Após os vasos e potes utilitários de seus primeiros anos, a artista progressivamente abstraiu suas formas. A assinatura pela qual ficou conhecida, foram as chamadas "formas fechadas" redondas e verticais. O resultado é uma forma escultural que pode ser apreciada estritamente por seu valor estético. 

A pesquisadora e escritora Ruiko Kato observou que os "conceitos Zen de simplificar ao mínimo absoluto e perceber intuitivamente" são realizados em suas formas fechadas e que sua não funcionalidade os torna como "formas espirituais”.

 

Natureza e Aulas

Ela também fez troncos de cerâmica finos inspirados nas árvores queimadas que ela tinha visto ao longo da Trilha da Devastação no Parque Nacional dos Vulcões do Havaí, demonstrando a relação do seu trabalho com a natureza. 

Além da carreira artística, Takaezu deu aulas ao longo de décadas, começando com as sessões de verão de ensino em Cranbrook (1954-56). Depois, a convite de Grotell, Takaezu passou a ocupar cargos na Universidade de Wisconsin, Madison (1954-55), no Instituto de Arte de Cleveland (1955-64) e na Universidade de Princeton (1967-92). Nas suas aulas sempre buscou alimentar nos alunos processos de autodescoberta. 

 

A história chega ao fim

Toshiko Takaezu morreu aos 88 anos, em 2011. 

“Você não é um artista simplesmente porque pinta, esculpe ou faz vasos que não podem ser usados. Um artista é um poeta em seu próprio meio. E quando um artista produz uma boa peça, esse trabalho tem mistério, uma qualidade não dita; contém um espírito e está vivo. Há um sentimento nebuloso na peça que não pode ser identificado em palavras. Isso para mim é um bom trabalho!”

Deixo aqui uma pergunta-reflexão para você: Seria a arte uma linguagem espiritual da vida; que dialoga com os mistérios da nossa existência?
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