Contexto Histórico
A Segunda Onda Feminista é um período que teve início nos anos 50 e 60 e é marcado pela criação de uma teoria-base sobre a opressão da mulher. Podemos dizer que aqui começa a distinção entre sexo e gênero.
E quem escreveu um dos livros mais indispensáveis para formar essa base teórica foi ninguém menos que Simone de Beauvoir.
Juventude
Simone estudou em uma escola católica privada até os 17 anos e sempre se destacou nos estudos.
O seu pai, reconhecendo a sua inteligência acima da média, costumava dizer, com orgulho: "A Simone pensa como um homem!".
Ela era uma ávida leitora e dizem que uma das personagens que a inspirou foi Jo March, do livro Mulherzinhas, que fugia do estereótipo da mulher do séc XIX, bem como a obra de Virginia Woolf.
Notável desde cedo
Tendo estudado Matemática e Línguas e Literaturas foi em Filosofia que se licenciou, pela Universidade de Sorbonne, aos 17 anos.
Com apenas 21 anos de idade, ela se tornou a pessoa mais jovem a ser aprovada no exame de professores (agrégation) para poder dar aulas.
“O acontecimento capital da minha existência”
Foi assim que Simone se referiu ao Sartre uma vez. Eles tiveram uma relação nada convencional, não monogâmica e com acordo mútuo de honestidade.
Nunca tiveram filhos e Simone descrevia a relação deles como intelectual. É notável a influência mútua deles nas suas produções intelectuais.
O Segundo Sexo
Beauvoir publicou O Segundo Sexo, considerado uma das principais publicações do séc XX, em 1949.
Ela disse em entrevista que começou a escrever como um trabalho de investigação intelectual, mas que ficou feliz dele ter se tornado um importante instrumento de militância.
A verdade é que seu livro abriu espaços filosóficos praticamente inabitados até então.
“O pessoal é político!”
Podemos dizer que ela antecipou a famosa frase do movimento feminista dos anos 60 que afirma que “o pessoal é político” ao fazer da reflexão sobre o corpo um tema central sobre a condição da mulher.
A frase característica da Segunda Onda significa dizer que qualquer prática social é suscetível de se tornar um tema adequado para reflexão, discussão e expressão públicas.