História de Mary Walker Phillips

Mary Walker Phillips é uma das figuras mais influentes no mundo do tricô moderno. Ela foi uma foi uma artista têxtil, autora e educadora americana, conhecida por elevar o tricô ao status de Arte. 

Assim como as outras histórias deste mês, a história de Mary Walker Phillips é muitas vezes obscurecida pelo preconceito existente nas artes têxteis, mas sua história é uma busca ativa para modificar esse status quo.


 

Formação e Primeiros Trabalhos

Mary Walker Phillips nasceu em Fresno, Califórnia, em 1923, e desde a infância ela tricotava. Ela estudou na tecelagem contemporânea na Cranbrook Academy of Art, onde ela foi aluna de Marianne Strengell, uma renomada tecelã. 

Depois de se formar na escola de arte, a Srta. Phillips (como gostava de ser chamada) recebeu um telegrama que dizia:

“por favor, traga material de algodão para tecer cortinas de trinta e cinco metros, lavanda rosa profundo natural e marrom escuro. também metálicos dourados.”

Foi assim que ela se mudou para São Francisco e trabalhou no estúdio de Dorothy Wright Liebes.


Novas Explorações

Apesar de seu sucesso na tecelagem, Phillips decidiu retornar à escola de arte para estudar têxteis experimentais. 

Foi um movimento incomum para uma mulher solteira, com mais de 30 anos, na década de 1960, mas como Phillips disse a um repórter uma vez: “Meu timing foi impecável. O mundo da arte estava pronto para olhar para as coisas de uma maneira diferente.

Após se formar, Mary fundou seu próprio estúdio em NY. Lá ela pegou suas agulhas e começou a experimentar, explorando o potencial do tricô como uma forma de expressão artística. “Pode haver grande alegria em inventar seu próprio ponto,” ela escreveu.

Ela estava disposta a tentar tricotar com quase qualquer coisa que se assemelhasse a corda: fita de papel, arame, couro, cabelo, fibra de vidro, isolamento, até amianto! 


 

Publicação de "Creative Knitting, A New Art Form"

O grande ponto de virada na carreira de Mary ocorreu em 1959, com a publicação de seu livro "Creative Knitting, A New Art Form". 

Este livro revolucionou o mundo do tricô, apresentando novas técnicas e abordagens que transformaram o tricô em uma forma de arte moderna. 

"Creative Knitting" foi amplamente aclamado e ajudou a estabelecer Mary como uma líder no campo do tricô artístico.


 

Reconhecimento e Inovação

Seu trabalho começou a chamar a atenção de críticos e colecionadores de arte. Graças ao seu trabalho, a arte de tricotar começou a aparecer nas paredes de galerias e museus. 

Mary começou a criar grandes instalações de tricô para serem exibidas em museus e galerias ao redor do mundo. Hoje, museus de primeira linha como MOMA, o Art Institute of Chicago e o Cooper-Hewitt do Smithsonian incluem a arte de tricô de Phillips em suas coleções.

Apesar do fato de ser uma mulher em um campo dominado por homens, seu trabalho foi reconhecido por sua complexidade técnica e por sua beleza estética.


 

Exposições e Livros

Mary fez uma série de exposições individuais. Essas exposições ajudaram a consolidar seu status como uma artista de renome e a elevar o tricô ao status de arte. 

Mary também começou a ensinar e a escreveu outros livros, tais como The Encyclopedia of Crafts (1980) e Knitting Counterpanes, Traditional Coverlet Patterns for Contemporary Knitters (1989), compartilhando seu conhecimento e inspirando uma nova geração de artistas têxteis.


 

Conclusão

A história de Mary Walker Phillips nos ensina não só que as artes têxteis têm seu valor intrínseco, mas que há espaço para novas possibilidades quando deixamos espaço para criar livremente, sem padrões. 

Como o The New York Times bem disse, o que ela fez foi “libertar o tricô da tirania do suéter. Onde os tecelões tradicionais eram artistas clássicos, reproduzindo fielmente uma partitura, Miss Phillips tricotava jazz. Em suas mãos, o tricô se tornou uma arte de improvisação de forma livre, sem regras, sem padrões e sem fim utilitário à vista.”

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