História de Madame Blavatsky

Essa história me impactou profundamente. Muitas vezes na História mulheres ligadas aos estudos espirituais foram descredenciadas por suas habilidades e métodos não científicos. 

Madame Blavatsky é uma delas. Toda a sua vida foi dedicada à busca incansável pela verdade espiritual. Ela nasceu na Rússia, vem de uma família muito nobre e erudita e desde criança tinha certas visões.

Ela nasceu às 00h entre os dias 11 e 12 de agosto. Que na redução teosófica diz que o dia 11 (1+1), ou seja, o número 2 carrega a impressão arquetipal da dualidade (terra, matéria) e o dia 12 (1+2), ou seja, o número 3, que representa a santíssima trindade (céu, espírito). Ela, então, diz ser uma ponte entre esses dois mundos. Sua história não desmente isso.

Aos 20 anos, conhece o El Morya, considerado um mestre, com quem ela já havia sonhado diversas vezes. Para ser sua aluna, ela teve de passar por diversas provas como teste de suas reais intenções e como forma de purificação.

Em 1851, ela começa um roteiro de viagens que duraria 17 anos. Imaginem o que uma mulher viajando sozinha pelo mundo não significava nesse período!

Nesta jornada, ela passa períodos com monges yamabushi no Japão, drusos na Sérvia (que não permitem nem as esposas nos rituais, mas ela consegue), tribos indígenas no Quebec, com os vudus em Nova Orleans, os mórmons nos EUA, os xamãs maia do México e muitos outros, incluindo o tempo que passa no Tibet depois de três tentativas para fazer parte de um grupo isolado. 

Seu objetivo era aprender o que havia em comum, aquilo que se repetia, ainda que com diferentes nomes, em cada uma dessas comunidades.

Sua busca era pela natureza divina e una de tudo. Nos EUA, ela funda a Sociedade Teosófica e lança o seu primeiro livro Ísis sem Véu, que logo se torna um best-seller. A Sociedade teve a adesão de empresários como Thomas Edison. Ela também orientou Mahatma Gandhi, quando ele vivia na Inglaterra.

Sua passagem pela Índia é de grande importância, já que ela incentiva os indianos a procurarem suas convicções na sua própria cultura contrariando as ideias cientificistas dos ingleses. O que causou muito incômodo.

Em 1885, um casal que ela havia tirado da miséria e posto a trabalhar na Sociedade a traem por dinheiro dizendo que tudo que ela fazia era uma farsa. No entanto, a Sociedade de Pesquisas Psíquicas emite um laudo que corrobora com o casal e que somente em 1986 se comprovou por meio de diversos documentos ser falso.

Ela fica doente nessa época, vai para a Inglaterra e começa a escrever a Doutrina Secreta com muito medo de morrer antes de terminar. 

Ela morre em 1891, sentada em sua escrivaninha. Duas noites antes teria dito aos seus discípulos: “Mantenham a União. Não permitam que a minha última encarnação tenha sido um fracasso.”

Sua garra e qualificação eram do tamanho da sua grande missão. Despertar a humanidade materialista para o  conhecimento das tradições orientais e ocidentais do passado não era qualquer missão. Ela foi grandiosa, conciliou culturas e inspirou nomes como Dalai Lama, Einstein, Tolstói, Aldous Huxley, Kandinsky, Carl Jung, Mahatma Gandhi entre outros. 

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