Continuando nosso percurso pelo tema "Mulheres na Psicologia" hoje a história é da Karen Horney.
Ela foi uma figura revolucionária. Sua abordagem inovadora e crítica às teorias freudianas abriu novas perspectivas na psicologia, desafiando as noções convencionais de sua época.
Infância e Juventude
Nascida em 1885, em Hamburgo, Alemanha, Karen era a caçula de quatro filhos e cresceu em um lar desafiador.
Seu pai, um capitão de navio, era um homem distante e autoritário, enquanto sua mãe era uma mulher descontente com o casamento e a sociedade.
É provável que essa dinâmica familiar tenha instigado em Karen uma profunda curiosidade sobre as relações humanas e a psique.
Estudos
Karen Horney iniciou sua carreira na medicina, contra a vontade dos pais e depois mergulhou nos estudos da psicanálise.
Ela foi uma das primeiras mulheres a entrar nesse campo na Alemanha, onde começou a questionar as teorias predominantes sobre a psicologia feminina.
Desafiando Freud
A mudança para os Estados Unidos em 1932 representou um marco em sua carreira.
Foi lá que Horney desenvolveu suas críticas às teorias freudianas, especialmente em relação à sexualidade feminina. Ela discordava que as mulheres tinham inveja do falo. Para ela ocorria o oposto, os homens tinham inveja do útero e da capacidade feminina de dar à luz.
Horney também argumentava que as diferenças entre homens e mulheres estava na educação e socialização e não na biologia, ideia revolucionária na época.
Aprofundamento Teórico
Nos anos seguintes, Horney aprofundou suas pesquisas sobre neurose, ansiedade e as necessidades humanas, introduzindo a ideia de que a cultura e as condições sociais desempenham um papel crucial na formação da neurose.
Horney observou que os padrões de ansiedade e insegurança em seus pacientes eram resultado de distúrbios nas relações interpessoais, e não apenas de conflitos sexuais inconscientes, como Freud sugeria.
Fundação do Instituto Americano de Psicanálise
Apesar de respeitada na área, ao contradizer Freud foi expulsa do Instituto de Psicanálise de Nova Iorque.
Porém, junto de alguns outros dissidentes, ela funda o Instituto Americano de Psicanálise em um ato de independência intelectual e profissional. Esse movimento não só consolidou sua ruptura com as teorias tradicionais, mas também estabeleceu um espaço para o desenvolvimento e ensino de suas próprias teorias, solidificando seu legado.
Conclusão
A história de Karen Horney nos ensina sobre a importância de buscar entender verdadeiramente a complexidade da natureza humana e a não negligenciar um olhar mais amplo e crítico sobre o comportamento feminino.
Sua vida e obra mapearam e abriram caminhos à compreensão da psique feminina impactando profundamente a psicologia humanista e da Gestalt, a psicoterapia, a psicanálise, o existencialismo e o feminismo.