Na História da humanidade existem muitos acontecimentos singulares, muitas vezes chamados de divinos por serem inexplicáveis.
As chamadas “visões” de Joana d’Arc, que até hoje dividem crentes e céticos, mudaram para sempre o rumo da história da França.
Joana era filha de agricultores, analfabeta e tinha forte influência católica.
De 12 para 13 anos, ela começa a ter visões: uma luz muito forte aparecia, uma voz falava com ela e seu corpo tremia de medo.
Após repetidas aparições ela conseguiu compreender o que a tal voz dizia: “Você irá ajudar a libertar a França”.
Passaram-se alguns anos até que ela, com 17 anos, seguindo as orientações daquelas vozes, se apresenta para um representante do exército francês, Robert Baudricourt com a intenção de conseguir falar com o Rei.
Ele obviamente a ignorou. Afinal, como uma menina, analfabeta, de 17 anos, iria realmente achar que falaria com o Rei sobre a guerra?
Neste meio tempo, as pessoas começam a saber das suas visões e ele, então, decide enviá-la vestida de homem com uma escolta até o Rei.
Assim que soube, o Rei preparou um teste para ela. Deu uma festa e vestiu-se de Duque. Ela, mesmo sem ter como saber quem era o Rei, entra no Salão e caminha em direção a ele, se ajoelha e diz: “Senhor, eu vim conduzir os seus homens à vitória.”
O que ela via, ninguém mais via. No entanto, ela confia nesse chamado, ainda que isso significasse desafiar os padrões da época.
Joana começa a ganhar todas as batalhas e termina por cumprir a sua maior missão: levar o Rei até a cidade de Reims para ser coroado.
No entanto, faltava libertar Paris do domínio inglês. Ela, então, vai lutar em Paris e recebe uma flechada. No momento que é removida para cuidados médicos, o exército se apavora, o que faz com que o Rei decida recuar.
O exército inimigo se aproveita disso e numa emboscada capturam Joana d’Arc. Ela é mantida presa por um ano e um inquérito é montado com 70 acusações, onde o crime principal era heresia. É assim que ela acaba queimada na fogueira, aos 19 anos, em 1431 e se torna um mártir.
Quando em 1453, vem a vitória francesa, o Rei pede a revisão do caso. Muito em razão de não querer estar ligado a alguém condenada por heresia. É assim que, o então Papa Calisto III, confirma que o julgamento estava errado.
E muitos anos depois ela se torna Santa pela Igreja Católica.
Vejam que ela é acusada de bruxaria e morta de forma brutal.
A sua morte tinha uma intenção clara: mandar um recado a quem se atrevesse a acreditar em tal poder sobrenatural ou ainda se atrevesse a não se comportar conforme a ordem patriarcal vigente.
Porém, a narrativa muda para atender uma necessidade do Rei. Seu poder, então, passa a representar uma manifestação divina que abriria portas para ela se tornar Santa mais tarde.
Uma forma de vermos essa história é entender que ela acreditou no seu poder pessoal e simplesmente agiu de acordo com aquilo que ouvia dentro de si.