Em nossa jornada pelas mulheres pioneiras da psicologia, encontramos Emma Jung.
Sua influência estendeu-se muito além de seu papel como esposa de Carl Jung. Pouco se sabe, mas Emma Jung foi uma psicoterapeuta e autora suíça.
Sua contribuição ao desenvolvimento da psicologia analítica é infelizmente pouco conhecida.
Família & Casamento
Nascida em 1882, na Suíça, Emma Rauschenbach cresceu em uma família abastada. Ela era filha de um industrial muito rico, Johannes Rauschenbach, o então proprietário da IWC Schaffhausen.
Ela se apaixona por Carl Jung, um, então psiquiatra sem grande renome. Porém, conta-se que havia o fascínio de ter um médico na família - um que pudesse atender aos sintomas debilitantes da vergonhosa sífilis do pai de Emma.
Após a morte do pai, ela se torna uma das herdeiras mais ricas ricas da Suíça, garantindo a segurança financeira da família por toda a vida.
Santo Graal
Emma Jung desde jovem tinha uma enorme curiosidade sobre a lenda do Santo Graal, tendo estudado francês, grego, inglês e latim, em Paris, para poder realizar as suas pesquisas.
Ela estudou esse tema a vida toda, sem concluí-los em vida. A pedido de Carl Jung, após a morte de Emma, L.M. von Franz termina os estudos e publica um livro posteriormente.
Esses estudos solidificaram sua reputação como uma pensadora independente, e também destacaram sua habilidade em conectar a psicologia com a história, a mitologia e a espiritualidade.
O Caminho para o Inconsciente
A decisão de Emma de iniciar sua própria análise com Jung marcou um ponto de virada significativo em sua história.
A partir daí ela recebeu o treinamento para se tornar uma psicanalista e várias fontes confirmam que ela se tornou uma grande analista junguiana, tendo ótimos resultados junto a seus pacientes.
Com o tempo, ela desenvolveu uma voz independente na comunidade psicológica, contribuindo com suas próprias ideias e pesquisas sobre o inconsciente coletivo.
Animus e Anima
Emma, então, começou a assumir um papel mais ativo ao lado de Jung. Sua colaboração tornou-se uma verdadeira parceria intelectual, com Emma contribuindo significativamente para a teoria do inconsciente coletivo e os estudos de alquimia.
Ela escreve dois ensaios reunidos em um livro chamado Animus e Anima. Nestes dois ensaios, Emma Jung, apresenta em uma síntese brilhante os dois complexos funcionais da psique Anima e Animus, suas formas de manifestação e como atuam em nosso inconsciente.
Cravado em pedra
Emma morreu em 1955, decorrente de câncer. Com a sua morte, Jung esculpiu em uma pedra "Ela foi a base da minha casa".
Mãe de cinco filhos, ao mesmo tempo que estudava latim, grego, matemática e psicologia, tornou-se uma das diretoras do Carl Gustav Jung Institute em Zurique, na Suíça, onde dava palestras e exercia seu trabalho de analista e supervisora.
Conclusão
O nome de Emma é normalmente citado apenas para dizer que ela é esposa de Carl Jung, focando no seu papel de esposa.
Quando desbravamos um pouco mais descobrimos uma respeitada analista e pesquisadora.
Isso mostra a importância de conhecermos as histórias das mulheres que não estariam tão “à sombra da história dos homens” assim, se não fosse a maneira como a História vem sendo contada.