História de Elaine Aron

Para abrir o tema do mês "Mulheres Altamente Sensíveis", é preciso começar por ela. 

Elaine Aron é a psicóloga que cunhou o termo "Pessoa Altamente Sensível (PAS)" e tem dedicado sua carreira a estudar esse traço de personalidade. 

Suas descobertas oferecem um refúgio de compreensão para aqueles que vivem intensamente cada aspecto do mundo.

O Anagrama em inglês "DOES" sintetiza as características das PAS:

D Depth of processing (Processamento profundo)

O Overstimulation (Superestimulação) 

E Emotional intensity (Intensidade Emocional) 

S Sensory sensitivity (Sensibilidade Sensorial)

Infância e Carreira 

Quando criança, em casa, se afastava do caos da família. Na escola, evitava esportes, jogos e a garotada em geral. 

Sua jornada acadêmica começou com um interesse em psicologia, culminando em um doutorado que pavimentou o caminho para suas descobertas sobre a alta sensibilidade.

Ela também revelou que em determinado momento de sua vida, casada, dedicada à escrita e a criação dos filhos, sentia-se encantada por estar em casa e ao mesmo tempo envergonhada por não estar “lá fora”. Quando foi ganhando compreensão sobre seu traço de personalidade foi conseguindo “voltar” para o mundo cheio de estímulos.

Primeiras Pesquisas 

Após algumas sessões de psicoterapia, Elaine conta que sua terapeuta lhe disse que ela era altamente sensível. Ao indagar o que era aquilo, a psicóloga lhe disse que a partir da sua experiência percebia que as pessoas tinham diferentes níveis de tolerância aos estímulos do ambiente.

Ela tentou achar mais sobre esse assunto e não encontrou. A partir daí, iniciou, por conta própria, uma pesquisa inicial entrevistando pessoas e nunca mais parou de pesquisar o tema.

A Descoberta da PAS 

A publicação de "Pessoas Altamente Sensíveis" em 1996 marcou um ponto de virada na carreira de Aron e, na verdade, na vida de muitas pessoas. 

Hoje, o traço de sensibilidade é conhecido como SPS (sensibilidade de processamento sensorial) que inclui a maior profundidade de processamento de informações do ambiente, bem como maior reatividade emocional e empática. Estima-se que 15 a 20% das pessoas tenham esse traço genético. 

Seu livro não apenas introduziu o conceito de PAS ao mundo, mas também ajudou milhões a se reconhecerem e compreenderem suas experiências sob uma nova luz, promovendo aceitação e autoconhecimento.

Expansão da Pesquisa 

Após o sucesso de seu primeiro livro, Elaine continuou a explorar a alta sensibilidade em diferentes contextos, incluindo relacionamentos amorosos, criação de filhos e ambientes de trabalho. 

Sua pesquisa abrangente e publicações subsequentes solidificaram o reconhecimento da PAS como um traço de personalidade legítimo e importante. E hoje há uma base científica sólida sobre o assunto.

Vale ressaltar que ser uma PAS não é sinônimo de ser tímido ou introvertido. 30% das PAS são consideradas extrovertidas.

Reconhecimento Global 

A consolidação do termo PAS e a expansão de sua pesquisa culminaram no reconhecimento global de Elaine Aron como uma autoridade pioneira no tema. 

Conferências, workshops e uma comunidade crescente de pessoas altamente sensíveis e profissionais da saúde mental dedicados a este campo são testemunhos do impacto de seu trabalho.

O Legado da PAS 

Trago este tema para o #todasextacomelas, pois acredito que a jornada de Elaine Aron destaca a importância de reconhecermos e valorizarmos o autoconhecimento e a diversidade nas experiências humanas. 

Os Altamente Sensíveis são tidos como “sensíveis demais”, “chorões”, “bichos do mato”, ou seja, como se tivessem um defeito, quando na verdade este é um traço de personalidade neutro que traz vantagens e desvantagens.

A dedicação de Elaine à compreensão da alta sensibilidade não apenas vem fornecendo auto-validação para muitas pessoas, mas também vem abrindo caminhos para práticas mais inclusivas e empáticas na psicologia, educação, relacionamento e além.

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