E vamos para a nossa última história do mês com o tema Grandes Ceramistas.
Edith Heath foi uma ceramista americana que surpreendeu a produção de cerâmicas com um ar moderno e uma alquimia pulsante nas experimentações com argila.
Conheça essa história.
Primeiros Anos
Edith nasceu em uma família dinamarquesa-americana em Ida Grove, Iowa, em 1911.
Ela se mudou para a Califórnia quando seu marido Brian aceitou um emprego na Cruz Vermelha.
Apenas dois anos depois de ter feito sua primeira aula de cerâmica, ela já havia ganhado sua primeira exposição individual na Legião de Honra de São Francisco.
Heath Ceramics
O sucesso fez com que ela rapidamente lançasse sua própria fábrica, a Heath Ceramics, em 1948.
Os principais varejistas começaram a pedir utensílios de mesa, o que exigia que Heath desenvolvesse maneiras de fabricar suas peças a partir de seu design, em vez de criá-las à mão.
A Heath Ceramics tinha os mesmos princípios anti-aristocráticos da Bauhaus da década de 1920, usando de princípios científicos para tornar o design acessível à crescente classe média da Califórnia.
Empreendedora de Sucesso
Sua linha "Coupe" permanece em demanda e está em produção constante desde 1948.
A linha "Rim", que significa “aro” em inglês, projetada em 1960, como o nome indica, tinha uma borda externa não envidraçada. Esse modelo foi muito requisitado pelos restaurantes porque a borda facilitava o transporte das peças em maior segurança.
Em 1949, a Heath Ceramics já estava produzindo 100.000 peças por ano.
Industrial x Manual
Inicialmente, seu trabalho ganhou pouco amor do “establishment”.
Isso porque Heath era fundamentalmente agnóstica sobre o mérito da produção mecânica versus manual. Ela insistia que as peças fabricadas, desenvolvidas a partir de um protótipo artesanal, poderiam ser tão esteticamente excelentes quanto as peças artesanais.
Isso gerou tanta antipatia que ela foi convidada a deixar a Associação de Oleiros de São Francisco.
Idealismo e Preço
Heath sempre teve que lidar com uma tensão entre idealismo e preço.
As peças dela não eram baratas, ainda assim ela falou muitas vezes sobre ser uma designer igualitária e que fazia trabalhos para um estilo de vida casual e informal e não para a elite.
Experimentação com Argila
Algo marcante sobre a sua personalidade, é que ela era fascinada pela eutética, a ciência de misturar vários metais em argila para alterar suas propriedades.
Os Heaths dirigiriam pela costa oeste, reunindo baldes de argilas nativas para levar para casa e experimentar. Isso contrastou fortemente com o uso de séculos de argila branca, a maior parte importada.
Seu espírito rebelde rejeitava o uso de materiais tradicionalmente usados para fazer louças finas. Ela preferia usar argilas nativas que evocavam a paisagem.
Azulejos arquitetônicos e Alquimia
À medida que sua carreira progredia, Heath começou a fazer azulejos e materiais de construção, ganhando prêmios de design industrial por seus experimentos.
Depois que uma tempestade de fogo em Oakland, em 1991, que matou 25 pessoas e destruiu milhares de casas, ela desenvolveu novas ideias para construção resistentes ao fogo. Mostrando sua veia empreendedora, mindset inovador e criatividade.
Diante dessa história, deixo a pergunta: Qual foi a última vez que você experimentou algo novo?