Dando continuidade ao mês dedicado às "Mulheres Altamente Sensíveis", a história de Alanis Morissette é entrelaçada pela sua alta sensibilidade. Assim como muitas pessoas, ela pôde dar nome à sua forma de ser ao ler o livro da Dra. Elaine Aron (ver post da semana passada).
Alanis se destaca como uma artista que transformou sua sensibilidade profunda em uma fonte de força e inspiração e vem falando sobre sua Alta Sensibilidade publicamente.
Infância e Ascensão à Fama
Desde cedo, Alanis mostrou uma sensibilidade aguçada e uma inclinação para a expressão artística. Crescendo em Ottawa, Canadá, ela começou sua carreira na música ainda na adolescência, lançando dois álbuns no Canadá antes de alcançar fama mundial com "Jagged Little Pill", em 1995.
Sobre sua alta sensibilidade ela afirma no documentário Sensitive: The Untold Story: "Eu passei a maior parte da minha vida pensando que eu e meu modo de ser eram um problema para as outras pessoas".
Aceitação da Sensibilidade
O lançamento de "Jagged Little Pill" marcou um ponto de virada não apenas na carreira de Alanis, mas também na maneira como a sensibilidade e a emoção eram percebidas na música mainstream.
Com letras que falavam abertamente sobre raiva, dor, amor e redenção, Alanis abriu um novo espaço para a vulnerabilidade na cultura pop, inspirando uma geração.
Curiosidade: Este seu álbum de estreia internacional foi o mais vendido por uma mulher ao redor do mundo, com mais de 33 milhões de exemplares.
A Fama e a Alta Sensibilidade
Em entrevistas, Alanis revela que por ser altamente sensível se sente sobrecarregada mais rapidamente em situações onde há muitos estímulos. Obviamente as turnês, as demandas da carreira, lugares cheios e o fato de ser mãe de três filhos são fatores que precisam ser equilibrados com pausas e descansos contínuos.
Quando se sente superestimulada, ela se isola por 12 ou 6 minutos para recuperar “a bateria”. E mesmo antes dos shows um pré-requisito é que haja um espaço onde ela possa se isolar e sentar sozinha para centrar-se.
O autoconhecimento e o autocuidado são importantes para qualquer um, mas para PAS é mesmo um mecanismo de sobrevivência.
Sociedade Patriarcal e Alta Sensibilidade
Alanis Morissette toca em um ponto muito importante. Na sua conversa com a Dra. Elaine Aron, ao agradecê-la por ir fundo nas suas descobertas, Alanis diz ainda que em uma sociedade científica patriarcal deve ter sido preciso estar muito cuidadosamente embasada em evidência, especialmente quando temos uma sociedade que visa evitar o lado mais emocional das coisas que é exatamente sobre o que trata o modelo de PAS.
Me parece que Alanis destaca aqui não apenas o fato da Dra. Elaine ser mulher, mas também por ser pesquisadora da sensibilidade humana, culturalmente associada ao feminino. O traço, no entanto, é encontrado em ambos os sexos.
Uma Voz para a Sensibilidade
Ao longo dos anos, Alanis se tornou uma defensora da saúde mental e do autoconhecimento, usando sua plataforma para discutir abertamente sobre suas próprias lutas e aprendizados.
Sua música e ativismo nos oferecem um testemunho poderoso da força que reside na sensibilidade e na vulnerabilidade. Acredito que isso encoraja outras pessoas a encontrar sua própria voz.
Para concluir
A história de Alanis Morissette é um lembrete vibrante de que a alta sensibilidade, longe de ser uma fraqueza, é uma fonte de poder e autenticidade.
E como a própria Alanis afirma: tem seus prós e contras. Ao mesmo tempo em que ela pode se sobrecarregar facilmente, também consegue perceber a vida com mais detalhes e maior profundidade.